top of page

Muito prazer, meu nome é otário!

  • Victor Câmara
  • 3 de set. de 2018
  • 4 min de leitura

Tudo bom? Então, essa basicamente é a frase que me segue em toda minha vivência e tenho certeza que acompanhará até o fim determinado da minha vida como na melhor definição kantiana de a priori que posso contextualizar (respira). Ou seja, serei um eterno otário, e da pior espécie: Que sabe disso.


É diferente ser um otário que nada sabe; melhor ainda, aquele que sabe estar desempenhando um papel de otário, e busca modificar isso; igualmente, existe diferença entre eu e aquela espécie que fica tão surpresa pelas conclusões obvias que se seguiram (toda efeito, tem sua causa) com sua idiotice, que se tornam apáticos.


Não, volto a afirmar que a minha espécie é do pior tipo. Isso porque, sintetizo absolutamente tudo o que um otário pode ser, ou seja, de mim parte todas as possibilidades que um otário pode exercer e se firmar.


Minha espécie é da pior laia, justamente por considerar-se a última bolacha do pacote de si mesmo e que não sai da embalagem de forma alguma. Só saímos, sob protesto, e quando estamos murchos e amassados. Ah! E por favor, me dirijam para a lata prateada da qual quero ser o primeiro a mergulhar.


Minhas causas são perdidas, porque mantenho-me alheio aos supostos véus de mayas, pelas quais os inteligentes e espertos buscam se esconder ou enganar (que nada verdade não passa da mesma coisa).


Sabe que a preguiça é um defeito primordial no otário? E nesse sentido, sou mestre. Fico com tanta preguiça de sair do labirinto magnificamente criado para me prender, que acabo por arrumar um cantinho bem confortável dentro dele para aproveitar o empenho e esforço que fazem para melhorar minha suposta prisão. E, pensando melhor, bem que essas situações são divertidas.


Melhor ainda fingir surpresa! Ah... Esse sim, Esse é um sentimento forjado com os melhores metais da antiga linhagem élfica. Na verdade, é muito mais fácil moldurar nossa afeição, do que se empenhar para elaborar uma maneira gentil de falar: “ fio, está querendo enganar quem? Tú? Caso seja eu seja o objetivo, poupe-se do trabalho porque não exijo muita inteligência não, quiçá sou digno de tanto empenho. No fim, vai ficar frustrado por ter criado uma teia magnifica dessas, para um xucro como eu. ”


Mas, como escrevi antes, me carece de vontade para até mesmo dar esse toque. Sabem por quê? Justamente pelos efeitos óbvios que se desencadearão disso. Isso servirá de ainda mais paranoia e combustível, tendo em vista que partem do princípio que estou em igualdade com eles; uma espécie de jogo de xadrez em que prezam por preservar o jogo, imaginando ou que sou um grande mestre enxadrista ou o pombo cagador e revoltado.


E meus objetivos e causas então? Minha nossa senhora, são dignas de pena. Não se enquadram sequer, nas causas perdidas. Mas, na melhor forma a la Guessinger “ Tudo bem, até pode ser que sejam moinhos de vento”.


Minha causa está com a evolução de mim, por mim mesmo, tomando como instrumento tudo o que me cerca, tendo até mesmo seus castelos e labirintos como massa. O molde, a fornaça, o martelo e bigorna, estão todas comigo, e que os carrego escondido em meu (por que não?) Cinto de utilidade homosapiana.


Insanidade? Sim, pois o princípio se deu exatamente aqui: Fazer as coisas iguais, esperando que tenham resultados diferentes. Mas, quais resultados são diferentes, os meus ou os seus? Quem ainda permanece igual?


Como disso antes, até gostaria de evoluir sob os passos dos outros ou seguindo os ditames disso ou daquilo, para que meu caminho seja trilhado da melhor maneira concebida para mim e não por mim. Sério, Sério, Sério. Não é nenhuma forma de jogo psicológico ou alguma espécie de ironia que queira categorizar, acreditem.


Como um bom jumento, não me movo. Não o faço, justamente pela preguiça exercida sobre meu ser, quando resolvo apreciar a mim mesmo. Não adianta dar bica, chicotada, fazer chacota, quiçá (se bem que aqui fica mais difícil) me dar uma cenourinha (pensarei melhor nesse último. Afinal, uma cenoura é uma cenoura).


Começo a crer que meu ancestral era um jumento. Também não lutarei para provar que devem me deixar no cantinho, guardando suas forças para alguém melhor, mais forte e que com certeza lhe trará mais louros e prazeres de toda sorte.


Então, para evitar-me a fadiga: Muito prazer, meu nome é otário! Ordinariamente considerado o jumento mais cabra da peste desse mundão.


Este, acredita que inteligência utilizada como uma maneira de ludibriar e manipular pessoas para que sofram sob seus desejos grandiosos e dignos de pena, é tudo, menos inteligência; que a esperteza utilizada para garimpar ouro de tolos, afim de estar à frente de seu tempo quando todos voltarem à deseja-lo, é tudo, menos esperteza; que tato, sem trato, não passa de uma britadeira dentro de loja de cristais; que o conceito de que o amor deve ser tudo, menos aprisionamento, é patético e digno de mim; que a minha confiança deve ser fornecida À todos e em todos os momentos, e que os outros façam o que tiverem que fazer com ela ( pois, eu, há muito tempo, de tanto ser um otário por cair sempre no mesmo rio e pedras, acabei por me acostumar)


Se acomodem cangaceiros e segurem-se em meu lombo, pois não garanto que a viajem será das mais agradáveis, pois, como disse: Muito prazer, meu nome é otário e com muito respeito.



 
 
 

Comments


bottom of page