Espiritualidade
- Victor Câmara
- 14 de ago. de 2018
- 3 min de leitura

Não, não é um bando de gente cantando Aleluias ou sentadas em círculo evocando Om para entrarem nas comportas do Céu; também não significa voltar sua vida para seguir regras cagadas há sei lá quantos trocentos mil anos que somente provocam separação, preconceito, guerras e discórdia, quiçá comparecer em grandes festivais para voltarem sentindo-se como se fossem os próprios budas incarnados, mas, no primeiro momento que tem para se auto-provar, fracassam miseravelmente.
Tudo isso é necessário, claro, cada um possui seu papel. Porém, o meu não será mais esse.
Espiritualidade não é sobre postar esses tipos de textos ou, melhor, decorar frases de efeito para provar para si mesmo o quanto a realidade ainda precisa ser mudada para que todos os reconheçam o ser iluminado que acredita ser, ou mudar-se para as “montanhas” e amaldiçoar todos aqueles que supostamente estão “abaixo” de você.
Espiritualidade está ligada com o treino de liderança e PELA AMOR não estou me referindo ao monte de “métodos” e ideologias, cópia de grandes filósofos com uma roupagem moderna (obvio), no intuito de enriquecer À vossas custas ou, como gostam de colocar, filosofias espirituais cults.
Não, o que eu quero dizer com espiritualidade é o treino de si e por si mesmo, para no dia a dia alcançar a evolução. Reconhecer que existe algo infinitamente poderoso que rege tudo ao nosso redor, desde as divisões celulares, transformação de matéria (alimentos) em energia, trajetória de planetas, funções de Deuses e Deusas de toda sorte, Leis naturais que ainda existiram sem a influencia da humanidade ou qualquer outra coisa, e até mesmo seu pensamento, e que isso se assemelha e está também dentro de você. Você faz parte.
Não, não considero correto comandar alguém, decidindo o que deve ou não fazer, simplesmente para agradar meus desejos ou para esconder a dependência gigantesca que possuímos, mas que afirmamos não existir, justamente porque não suporto a própria ideia de estar sob comando de nada além de mim mesmo; não, não considero justo aprisionar as pessoas mentalmente porque minha crença, qualquer que seja, não admiti ser testada pois “coitado de mim, sou tão maleável e fraco”.
Estou longe de voltar a acreditar, por exemplo, que sou meramente uma pessoa que não consegue falar em público porque “minha natureza é dessa forma”; não estou aqui para ficar limitado naquilo que afirmam ser meu modus operandi, como “ah! Homem é assim mesmo, viu mulher, fica excitado” ou que sou cabeça de alguma coisa fora de mim mesmo.
Espiritualidade está em rejeitar tudo isso e mandar um belo, um magnifico, FO..nada. Seu caminho é apenas seu e não devemos gritar ou chamar atenção para isso. O único FODA-SE que precisa falar, se é que necessitamos de fato disso, é aquele que falamos para nós mesmos e nossas atitudes que parecem não modificar porque nossa vontade se deixou levar por outra coisa.
Espiritualidade está em VER para CRER. Ah, por favor, evitem a fadiga daquele discurso sobre FÉ porque o sentido de VER, nesse texto, compreende a EXPERIMENTAÇÃO. Não é simplesmente ler ou ouvir sobre determinado tópico, mas sentir aquilo como prova de realidade. Estar aberto à modificar todas as teorizações que acredita serem verdades; aceitar aqueles que considera serem mentiras.
As gaiolas criadas por você mesmo serão quebradas; as chaves, antes escondidas, abrirão os baús, libertando toda a sorte de respostas pelas quais bica, em círculos, lá fora. E SIM! Deixem aberta a caixa de pandora porque, dessa maneira, toda a sorte de vedações e amordaças se romperão.
Por fim, Espiritualidade, em dado momento em nossa etapa evolutiva, abarca a rejeição de tudo que te entregam com a intuição de não questionar; também implica na iniciação da redescoberta de tudo aquilo que te pertence, mesmo antes da existência.
Depois de toda a nossa trajetória, realmente compreenderei (após ter experimentado de forma plena) o sentido de quando ainda falávamos NAMASTÊ.
Hetep!
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