A dúvida como chama - Questão IV
- Victor Câmara
- 5 de fev. de 2018
- 3 min de leitura

Questão IV: “Ah, mas a democracia funciona!”
Problema I: Será? Funciona na medida de quem?
O fato de que a Democracia evoluiu dos conselhos tribais de guerra e, desta maneira, reflete que o mais habilidoso nas artes da guerra (agora verbal) levará todo o crédito, estará fora dessa analise porque já escrevi sobre isso.
Bom, observem que apesar dos políticos serem diferentes, as empresas lobistas são as mesmas. Ou todos se esqueceram dos depoimentos dos CEOS em que afirmam financiar todos os partidos? Independente de qual ganhe, certamente cobrar-se-á um favorzinho.
Mesmo que até as empresas lobistas sejam diferentes, o processo pela qual passa-se a aprovação de uma regra, é o mesmo. O espirito é o mesmo. Então, no fundo, lutar pela mudança das aparência, isto é, votar nesse ou naquele político, é MAIS DO MESMO. Enxugamos gelo, mas nem percebemos.
Problema I: Nossa democracia está comprada. Seja pelo financiamento dos lobbys, como na escolha dos candidatos pelos partidos.
Sim, você apenas vota naqueles eleitos pelo partido, sem a participação da sociedade. As eleições são definidas muito antes de irmos as urnas. Começa e termina na escolha dos candidatos, o resto é apenas, conforme o ditado, para gringo ver.
"Hm, mas podemos nos afiliar".Se é difícil fazer valer seu voto em um sistema operado e regulamentado pelo Direito Eleitoral, imagine fazer valer o voto em um regimento interno, criado para dar poderes ilimitados aos partidários mais antigos.
Para chegar nessa cabeça, foi necessário muitos favores. Para chegar a ser nominado como representante do partido, nas eleições presidenciais por exemplo, o pré-pré- candidato deve ter realizado milhares de concessões. Fora as que precisará realizar quando eleito.
No fundo, o candidato que vem com o discurso de mudança, só fica no discurso mesmo. Não é que tenha traído seus princípios, ao contrário, seguiu os direitinho e pena que não é o nosso interesse. O leão, o pastor, o Estado, não se importa com a opinião das ovelhas.
Acredito que defender a candidatura individual é o caminho; encerrar com filiações e clubinhos partidários e deixar que o caos alastre-se entre eles.
Problema II: Quociente eleitoral.
Não existe nada de menos democrático do que algum político ser eleito, puxado por outro candidato que recebeu milhões de votos. Sim, essa putaria que ocorre nas eleições, com candidatos palhaços e afins, serve para ganhar mais vagas. Isto é, um voto que damos para os patetas eleitorais, é mais um degrau para que outro político, que recebeu menos votos, seja eleito.
A decadente Constituição Federal estabeleceu o voto direto, universal como forma de exercer a soberania popular. Piada. Faltou acrescentar que será exercido na forma e na maneira que o Estado decidir. Se o voto é direto, com peso idêntico, como raios d’agua alguém pode ser eleito com menos voto? Onde está descrito que pode-se realizar essa transferência de votos? Novamente, uma piada. E CAÍMOS NELA, EM TODA ELEIÇÃO.
Problema III: Representação.
Se existe uma procuração que outorgo para alguém me representarem, posso também revogar. Isso é possível na política? Não. Impeachment não deveria estar baseado em nada além da vontade popular. Foda-se se cometeu crime ou não. Se eu não quero que algum político me represente, posso revogar seus poderes. Nada mais pode existir de condicionante. Não é a vontade do povo que move e estabelece os políticos, o Estado? Então, meio que fica obvio o porquê essa representação só existe no campo das ideias e nunca desce À realidade.
Essa procuração que supostamente outorgamos para esses representantes, não passa de um cala a boca; uma forma de manter feliz o grande rebanho porque ninguém merece aguentar seus berros. Parece que perdem o apetite quando a carne grita de medo e, por isso, querem que tenhamos um grande sorriso estampado no rosto, mesmo parecendo falso.
Enfim, A Dúvida me trouxe até aqui e não posso mais retornar pelo caminho. Percebam como todas as Estruturas que confiamos, estão podres, ocas, frágeis. E ainda desejam que eu siga isso de peito aberto? Posso até estar sob o sistema, pode até mesmo que não consiga escapar dele. Contudo, isso não me fará parar de escrever, de pensar, de DUVIDAR. Mesmo que para isso tenha que encarar a própria morte.
No entanto, a morte realmente não seria um alivio de toda esse manto de mentiras e ilusões? Na verdade, acredito que estariam nos fazendo um favor. Mas, enquanto isso não vem, minha boca e mãos estarão em pleno vapor.
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