A dúvida como chama – Questão I
- Victor Câmara
- 5 de fev. de 2018
- 2 min de leitura

A mente (pelo menos a minha) não funciona de acordo com parâmetros plenamente controláveis; a mente possui seu próprio tempo e universo. Essa qualidade, de ser a composição de vários Eu's, em seus próprios tempos, causa a dificuldade em lidar consigo porque podemos ter uma epifania, uma ideia maravilhosa, caminhando na rua ou comendo uma bolacha, mas perde-lá de vista.
O problema? Que muitas das vezes não possuímos algo para escreve-la ou não conseguimos transporta-la para o papel (aqui fica meu sonho tecnológico de um dia inventarem uma máquina que capte e transcreva nossos pensamentos para algo que possamos visualizar e analisar – Black mirror? Por favor, assistam o filme “Click” que é muito mais original e engraçado), perdendo-se soluções por capricho.
Questão I: estaríamos preparados para rever e aceitar (mais importante) todos os pensamentos que ocorrem em nossa mente, diariamente? Sabemos que não temos controle sobre grande parte do que ocorre na cuca, então, por isso, não seria melhor deixar que algumas partes tornem-se inacessíveis?
Imaginem o seguinte: Você é convidado para participar de um programa experimental, onde será possível visualizar toda a sua vida na infância, beleza? Então, aguentaríamos enfrentar e descobrir os porquês de todos nosso traumas e inseguranças?
Pergunto, pois, pode ser que a causa tenha sido os próprios pais ou amigos que hoje consideramos essenciais. Será que esses atritos familiares que desabrocham de vez em quando, não é fruto disso? Assuntos nunca resolvidos, mas escondidos no tapete?
Somos frágeis porque é ensinado que não precisamos pensar para agir, basta agir sob a desculpa de ataques da paixão. Não aguentamos enfrentar as consequências e efeitos dos nossos atos e, por isso mesmo, buscamos também esquecer os atos e causas que outros fizeram para você. Ou inventar mártires para sobrecarrega-los com nossa culpa. Uma benevolência de cristal que uma hora se rompe, não como um copo quebrado, mas um dique rooseveutiano.
Esse rompimento é o fruto dessa onda de esconde-esconde, onde cria-se uma tensão absurda porque tudo está sendo considerado normal. Ninguém ousa quebrar o pacto que aceitamos e construímos pelo silêncio. Afinal: se ninguém fala, ninguém vê e, assim sendo, não existe.
Happy ever end.
A ansiedade e depressão não se cura com remédios, estes que buscam ludibriar a mente de que nada está acontecendo. Engraçado, nossa sociedade cultiva os próprios males afim de encontrar uma solução. A solução começa em aceitar que é o único responsável por suas atitudes. Pode ser que tenha sido construído por esse ou aquele acontecimento tenebroso, mas lutar contra essa própria natureza orquestrada em você é muito mais difícil do que abraça-la!
Ficamos amortizados ainda mais pela medicina salvadora. Até porquê, hoje em dia, é um ultraje e falta de respeito olhar debaixo do tapete, mas se olharmos, aqui está um remedinho para esquecer.
Modificam-se as narrativas na porca tentativa (de muito sucesso) de manter as coisas sobre ordem, quando toda a fundação está podre e condenada. Não existe conserto ou remendo que impedirá a revolução pessoal.
Estamos despertando e nossa fúria será direcionada ao Olimpo! Espero que tenham aproveitado a estadia, porque os mortais e efêmeros chegaram. Assim como Kratos cansou de ser joguete dos Deuses. Nós! Humanidade! As massas! Estamos subindo, e será para pegar vocês!
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