Provocações de uma mente gritante – Mito Procusto #3
- Victor Câmara
- 30 de set. de 2017
- 2 min de leitura

Ficava bravo quando lia “debates” infindáveis na internet ou mesmo discussões que surgem por uma completa falta de interpretação, que nada mais é do que não adaptar-se ao proposto.
Pois bem, esse mito veio à calhar, consistindo no seguinte: "Procusto era um bandido que vivia em uma floresta e ele tinha uma imensa cama na sua caverna. Todos os que passavam pela floresta eram presos e colocados por ele naquela cama. Dos que eram muito grande, Procusto cortava os pés e as mãos e dos que eram muito pequeno, os esticavam. A tamanho da cama era o padrão utilizado por Procusto."
Atualmente, um debate nunca é um debate, isto é, uma troca de ideias. Sempre existe uma disputa de egos que esticam um ao outro para ver quem cede primeiro ou adequar à sua cama.
Grandes intelectos também sofrem, arrisco dizer até mais, por não conseguir explicar de forma sucinta um conceito ou o mais próximo disso. Visto que, passa tanto tempo complexando que deixa de lado o simples.
Claro que não posso deixar de comentar. Existe uma diferença daqueles que turvam águas para parecerem profundas, daqueles que se afogam com o próprio conhecimento. Sempre bom lembrar.
Fora isso, beira à loucura tentar justificar e fazer o outro entender de que aquilo que usa como argumento, não tem ligação nenhuma com o que foi proposto; parece que quando mais mexe, pior fica.
Existe uma certa ética, onde o proponente do debate PRECISA delimitar e explicitar o que se deseja com aquilo e o debatente DEVE respeitar esses limites. Caso contrário, não chega-se à lugar algum, apenas um ciclo de raiva e intolerância.
Por fim, tento seguir um dilema: Estando convencido, não busco convencer¹. Assim, evito de ficar adestrado, com uma visão parcial, e também desvio de possíveis dores de cabeça.
¹ Edgar Allan Poe
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