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Provocações de uma mente gritante - Joguem fora essas muletas #2

  • Victor Câmara
  • 19 de set. de 2017
  • 2 min de leitura

Artista - Tomasz Alen Kopera

“Dos esfarrapados aos esnobes, todos gastam sua generosidade criminosa, todos distribuem receitas de felicidade, todos querem dirigir os passos de todos: a vida em comum torna-se intolerável e a vida consigo mesmo mais intolerável ainda. Quando não se intervém nos assuntos dos outros, se está tão inquieto com os próprios que se converte o “eu” em religião ou, apóstolo às avessas, se o nega: somos vítimas do jogo universal...

A fonte de nossos atos reside em uma propensão inconsciente a nos considerar o centro, a razão e o resultado do tempo. Nossos reflexos e nosso orgulho transformam em planeta a parcela de carne e de consciência que somos.” – Emil Cioran em “Breviario de Decomposição”.

Nesse sentido, Zygmunt também propõe a origem de todas as teorias de conspiração. Pois, existem oradores da desgraça mexendo com essa verdade “insuportável” de que somos insignificantes: " Pera ai! Existe um deus que se importa comigo; alguém está querendo me manipular ou está contra mim; o governo deseja o meu mal! Empresários querem que os filhos dos outros morram de fome, não se importam com o planeta.” Etc etc


Isso piora atualmente, porque a tecnologia montou uma cela virtual onde todos expõe suas vidas numa vã tentativa (ou muito assertiva) de criar uma falsa sensação de intimidade, percebida através de quantidade de visualizações ou curtidas.


Está na hora de crescer e abraçar essa crua e indiferente verdade: O mundo não bate em minha porta para saber o que quero. Ela não chega no domingo com sua listinha para preparar como será minha semana. Talvez nem tenha consciência de que eu exista!


O mundo, o universo ou multiversos são o que são. Senhores e Senhoras que propõe as músicas e ritmos. Nada mais a acrescentar.


Porém, viver como humano, significa comparar situações e valorar como positivas ou negativas; presenciar afetos e tirar as próprias conclusões, afim de melhor futuras escolhas; criar os próprios passos, imitar os de outrem ou deixar-se ser levado pelo caos. Em todo caso, o importante para mim sempre será bailar e rir de si.


Sou ínfimo comparado a qualquer coisa; seja ao planeta, universo, como o próprio bairro onde resido. Mas, então, o que importa aquilo que faço? Qual o sentido de buscar justificativas para aquilo que deixei ou não de fazer? Nenhuma.


Não fico bravo ou triste por um tornado atingir uma cidade, muito menos com erupções vulcânicas; não ligo ou busco um porquê nas atitudes dos outros quando isso interfere na minha vida (nem ao menos considero que tentou me fazer mal, simplesmente aprendo que, assim como uma garrafa de veneno, preciso me manter longe). Não amaldiçoou a humanidade por ser egoísta, assim como deixo de lado toda e qualquer política de ressentimento e vingança, pois estamos todos criando os próprios ideais.


Por isso hoje, mais do que ontem, acredito que minha vontade é o que impera, e aceito de bom grado tudo aquilo que ocorreu e fiz. Porque, no final do dia, quando não existem mais influências de deuses, políticos, conspiracionistas, fanáticos ou qualquer sorte de muletas, descobre-se que oquê sobrou foi minha eterna vontade.


O “assim eu quis” em todos os momentos. E isso, haha, é o verdadeiro desafio como bem disse Capitão Teague: “ O difícil não é viver para sempre, mas conviver consigo mesmo para toda eternidade”.


 
 
 

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