OKJA - IMPACTAMENTO não impacta.
- Victor Câmara
- 18 de ago. de 2017
- 2 min de leitura

Filmão? Talvez. Apela em cenas para chamar atenção para certas situações? Com certeza. No entanto, gostaria de apontar duas cenas que me fizeram refletir por mais tempo.
Querendo ou não, visões causam choquem e provocam mudanças. Porém, as considero momentâneas e precipitadas. Vale lembrar que nenhuma ação baseada nisso gera bons frutos. Com muito pesar vejo e leio diversos discursos convergindo, em sua totalidade, exatamente por esse caminho.
Pois bem, verifiquem e observem ao seu redor: Nós seguimos alguma coisa ou adquirimos certas convicções, por que entendemos ou por espanto? Tome distância antes de decidir-se por isso ou aquilo; retire-se de cena e incorpore o narrador.
Certas cenas são verdadeiras esmagadoras de corações, provocam revoltas a ponto de querer arrombar celas e libertar qualquer animal enjaulado. Em outras, incentivam e demonstram que existem pessoas que, ao se organizar, conseguem provocar algumas mudanças, mas são ocasionais (nem quero entrar no debate do extremismo).
Aquele grupo, salvo engano, passou décadas libertando animais. Mudou alguma coisa? Não! A indústria somente aumentou sua influência. Saindo um pouco do mundo cinematográfico e voltando-se para realidade, evoco aquele grupo de pessoas que jogam tintas nos casacos de peles. Volto a perguntar: Mudou alguma coisa? A diferença é que misturam couro legitimo com sintético, sendo que o legitimo aumentou o valor e, consequentemente, o fetichismo ao redor.
Por falar nisso, tudo mundo deixou de comer bacon quando explodiram os filmes do “Babe - O Porquinho Atrapalhado”? Não importa quão triste ou impactante seja a situação, sempre buscamos o melhor encaixa para nossas necessidades (coma isso porque tem muita gente com fome).
Bom, deixa eu parar de enrolar e concluir.
O primeiro momento em que chamo atenção de vocês é para irmã gêmea do mal que diz se for barato as pessoas compram. Uma bruta realidade, diga-se de passagem! Quantos de nós criticamos alguma coisa, mas, ao pintar uma oportunidade, deixamos de lado o discurso e partimos para prática? Não existe um peso e duas medidas.
Fora isso, a passagem que realmente me alerta e vai de encontro ao que penso é a da fábrica, onde Mija (protagonista) encontra com a gêmea má. Retiro uma grande desse encontro: Dinheiro que comove. Não adianta apelar para a inocência da criança ou xingar e tentar comparar esse pessoas com monstros; tentar inflar a consciência dos funcionários (todo mundo precisa de sustento) ou até mesmo apelar em última instância para uma “humanidade” do CEO.
Esqueça! O dinheiro ou a possibilidade de ganhar que faz e provoca uma profunda mudança; dinheiro sempre será o game change. O sistema é foda, mas nascemos e vivemos nele.
No entanto, a mudança acontece com conhecimento, influência e aprendizado, não impactamento. Enxerguem a big picture; deem um passo para o lado para analisar o posicionamento das peças em relação à você.
Sejamos mais expertos e inteligentes. Tornemos o veganismo ou vegetarianismo algo rentável e absurdamente lucrativo; demonstrem isso para as pessoas e empresários. Acenem bem alto, assim como Mija, os porquinhos de ouro e observem a mudança de comportamento.
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