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Monkey see, Monkey do

  • Victor Câmara
  • 31 de jul. de 2017
  • 4 min de leitura

Hoje tratarei de uma “regra”, por assim dizer, que está em nosso modus operandi. Querendo ou não (consciente ou inconsciente), acabamos por seguir seus parâmetros.


Bem, essa “regra” é: Tornar-se bom em algo através da pratica. Simples não? Bastante, imaginem o quanto de treinamento que um jogador de basquete precisou realizar durante todos os dias, meses, anos, décadas para atingir a excelência ou a dedicação empregada pelos samurais em busca da excelência, desde de preparar o chá como manipular a espada.


Aristóteles escreveu sobre isso: “É fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer". Contudo, precisamos "complexar" esse simples, e começo escrevendo que essa “regra” pode trazer benefícios na mesma proporção de malefícios. Por exemplo, sempre escutamos essa duas palavras “você é muito distraído”, “foque mais na sua tarefa” por pessoas próximas a nós, mas nunca foi ensinado como se concentrar e praticar a concentração.


Nesse sentido, arrisco afirmar que aprendemos justamente o contrário (através de práticas diárias de, por exemplo, verificar o celular a cada notificação; dar alt + f5 na página de e-mail a cada segundo; rolar pelas redes sociais a todo instante), mas insistimos em criar drogas artificiais para conter essa “falta de atenção” (bom para indústria farmacêutica, “bom” para você).


Voltando ao assunto principal. Essa realidade aparece da seguinte forma (aqui pode ser aplicado em qualquer tópico): não ensinam/não buscamos aprender e não permitem/não queremos praticar. Como fazer alguma coisa sem nem ao menos saber “como”? Além disso, como atingir a perfeição sem exercer? O que eu ouço, eu esqueço. O que eu vejo, eu lembro. O que eu faço, eu entendo. ­ — Confúcio


Já escrevi algo parecido em um dos primeiros textos desse blog (comunidade carente – fábrica de bandidos {?}), onde queremos extrair algo de bom das comunidades, ao passo que nunca lhes proporcionamos condições de exercer esse algo (amor, paz, compreensão etc etc). Com isso, afirmo que continuaremos andar em círculos, melhor dizendo, aprenderemos aquilo que não gostamos justamente porque não praticamos aquilo que almejamos.


Se para alcançar um fim (não estou aqui para debater sobre a moralidade do objetivo) meus meios são o oposto do meu discurso (ou seja, pratico o oposto), então, me desculpe, nunca funcionará. Isto é, o modus operandi ficará viciado porque, por exemplo, alguém utiliza da violência para fazer valer seu ideal, então ela ficará presa nesse ciclo (eis o motivo de policias surtarem do dia para a noite ou de soldados que voltam das guerras com o psicológico afetado – por mais que lutem pelo ideal da paz).


A partir disso, creio que o discurso socialista é indigno de funcionar exatamente por não compreender esse conceito. A simples consciência de que o indivíduo está sendo oprimido e o desejo de mudança não atingirá um mundo melhor, justamente porque os meios que utilizar (guerra de classes) tornará, ao final, em um novo opressor. Vejam Stálin que ao alcançar o poder expurgou lideres do exercito vermelho e eliminou com os sindicatos ou a burguesia que lutou ao lado do povo apenas para explora-lo no futuro.


Existe um ditado que “entre o que se fala e o que se faz, existe um grande abismo”. Essa crítica faço diretamente para todos os grupos veiculadores de noticias, pois se declaram a favor de ouvir o próximo; haver discussões construtivas; debates; abrir espaço para o subjetivismo, mas a pratica é totalmente oposta. Ao menor sinal de subjetivismo e criação, a pessoa é escrachada e jogada para escanteio. Então eu vós pergunto: Como começar a construir pontes, se o que nos incitam a fazer é erguer muros (Não só incitam, mas demonstram a forma de erguê-los)? A realidade é que nunca deixamos os feudos e o medo do “bárbaro” para trás.


Imaginem praticar nas redes sociais, todos os dias, discursos de ódio ou de ignorância. Já pensou no que ficará bom em, digamos, um mês ou um ano? Falo por experiência, pois comecei comentando certas publicações e, no fim, passei a escrever textos gigantes em debates sem objetivo algum. Pura e simplesmente pelo " prazer" de discutir.


No começo do texto escrevi que nosso subconsciente também entra em ação quando se trata disso e, eis o motivo do titulo. Mesmo sem estar consciente, acabamos por seguir esses parâmetros de construir muros porque deixamos que outros ditem o que pensar e agir. Por mais que conscientemente desejemos paz, somente a prática levará a encarnar nos ossos. Por isto, gostaria de propor uma coisa (que serve para mim também): Para cada noticia ruim, leia uma boa. Ah! Por favor, não estou falando para ler noticias de unicórnios rodeados de anjos em uma paisagem colorida, ao contrário, gostaria que lesse ou assistisse algo que lhe fizesse bem. Exemplo, gosto muito de noticias sobre avanços científicos em temas sobre universo (a pretensão da NASA lançar um telescópio mais poderoso que o Hubble) ou séries da Netflix e vídeos de cepo de madeira.

Até a próxima! E que não sejamos um macaco que simplesmente vê e faz, mas o que reflete e age conforme suas conclusões.

 
 
 

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