NÃO SE CENSURE OU DEIXE QUE O FAÇAM! A escolha é sua...
- Victor Câmara
- 21 de mar. de 2017
- 4 min de leitura

Início com uma frase de um compositor que me fez pensar quando moleque, e muito mais agora:
'Cause I am
(Porque eu sou)
Whatever you say I am
(Qualquer coisa que falar que sou)
If I wasn't, then why would I say I am?
( Se não fosse, por que estaria dizendo que sou)?
In the papers, the news, everyday I am
Nos jornais, nas notícias, todo dia eu sou)
I don't know it's just the way I am
( Sei la, esse é meu jeito de ser ) - EMINEM
Quando criança é nítido que todos nós, em algum momento na escola, passamos por diversos tipos de brincadeiras (de mal gosto ou não); recebemos algum tipo de apelido, e até mesmo espalhamos outros. Eu mesmo recebi vários ao longo da vida. Um claro exemplo disso, é o vídeo do comediante Thiago Ventura, onde tira um sarro do momento em que recebeu o apelido “cabeça de big big”. Talvez seja uma mania de comparação ou identificação, sei lá, não cabe à mim dizer. No entanto, um fato não passa despercebido: O Bullying evolui e gradua-se com o passar do tempo e, pior, não aprendemos a lidar com isso.
Primeiro, aquela criança que pratica Bullying é tão frustrada como aquele que recebe e ninguém pensa “Por que ela fez isso?”, porque preferimos tratar os sintomas, ao invés doença. E, na minha concepção, a criança cria um reino em que comanda e é respeitada, sendo esse poder exercido através da zueira. A falta de carinho ou atenção em casa, reflete na escola (Não escrevo sobre aquele carinho de compras – Me refiro ao carinho de sentar ao lado da criança e escuta-la, tratar como alguém dotado de consciência – assista o filme capitão fantástico). Se você não teve contato com esse tipo de situação, observe em filmes como são retratados os bulinadores (Rebeldes sem família, que vivem nas ruas e voltam para casa quando bem entenderem, exemplo mais clássico).
A situação é agravado quando, além da falta de amparo, a criança sofre o Bullying. Nesses casos, várias notícias ao redor do mundo podem falar por mim, no tocante a estudantes que massacram seus colegas por albergarem no peito frustrações. Me entristece saber dessas situações porque são crianças que sofrem pela falta de despreparo dos pais e dessa cobrança exacerbada que depositamos nelas sem ao menos perguntar “O que você deseja para sua vida?”. Está muito claro de que não estamos preparados para educar jovens ser humaninhos. Não podemos idealizar tudo aquilo que queríamos ser/fazer em nossos filhos (deixa eu parar por aqui, antes que fuja do ponto principal).
Calma, não estou utilizando desculpa-muleta, ok? Porém, aguentamos Bullying durante toda nossa vida e não lidamos com ele da forma correta. No colégio é Bullying, gerando depressão; Na adolescência, deixamos de SER por preconceito; Na vida adulta, o famoso “engolir sapo” pela dependência do trabalho, oque acaba afetando o convívio no seio familiar; Na vida amorosa, relacionamentos abusivos desaguam no serviço; No ramo ideológico, não nos expressamos por medo de escárnio, etecetera...
Agora preciso dar uma justificativa para que não sintam medo de bulying, correto? Será um prazer! Palavras, diferentemente de socos, são impossíveis de bloquear e, uma vez proferidas, entram de vez em nossas mentes. Alguns até dizem que palavras abrem sulcos em nosso interior. Concordo com tudo isso, porém essa palavras machucam quando prestamos importância a quem está falando, pois palavras nadam mais são que “Fios de ouro do pensamento”, citando Sócrates.
Então por que importar-se com alguém que não faz parte de seu convívio, não conhece pelo o que passou e desconhece totalmente seus desejos? Ou seja, perdoem a simplicidade, ninguém deveria sentir-se desgostoso consigo mesmo quando alguém dissesse alguma coisa. Mesmo que seja a maioria, porque somos dotados de uma coisa chamada introspecção, que simplesmente é a reflexão sobre o que acontece em nosso íntimo. Sendo assim, quando alguém busca tirar um sarro de você, faça esse exercício e verifique a validade.
"Ah! Mas estamos falando de crianças!” Pois então, educar significa auxiliar seu filho no crescimento, o preparando para enfrentar e lidar com essa “sociedade” na qual estamos inseridos.
Bom, sigo certos passos ( e ensinaria ele para meu filho) para não temer qualquer tipo de pressão psicológica (Bullying): (i) Não emprego valor para aqueles que não conheço; (ii) aceito que essa palavras direcionadas para me acorrentar, aparecerão de repente em meu pensamentos, mas, assim como a tristeza proveniente disso, são todos efêmeros; (iii) não tento provar ninguém do contrário, pois, apesar de todos serem importantes, quem eu sou, meus desejos, a forma que busco representar isso, é desrespeito a mim mesmo. No máximo, tomo a opinião dos outros como parâmetros para verificar se atingi ou fugi das minhas metas.
Por fim, algum dia ( olha minha esperança atacando novamente) viveremos em uma sociedade em que todos possuiremos nossas opiniões a respeito do próximo, mas, serão acompanhadas de respeito. Talvez. Porém, precisamos lidar com o momento e, para isso, considero válido começar um reestruturação pessoal para deixar que digam. Que pensem, que falem. Deixa isso prá lá. Vem pra cá. O que é que tem? Estou sendo eu mesmo. E você, também? ( Versão original de Jair Rodrigues).
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