Boa sorte!
- Victor Câmara
- 7 de mar. de 2017
- 3 min de leitura

Boa sorte!
Pensei muito sobre o que seria alguém de direita e esquerda; parei para analisar em qual desses dois ramos me encaixaria. Melhor ainda, conforme me embrenhava nesse mundo percebi que surgiu dois novos conceitos: progressista-liberal (?) e conservador (na verdade fui descobrir mais tarde que esse conceito não é tão novo assim). A bagunça piorou quando criou-se uma tabela que qualificava seu posicionamento de acordo com certas perguntas. Nesse sentido, fiquei confuso porque não conseguia entender como alguém poderia considerar-se “direita-progressista”, “esquerda-conservador” ou, pior, “esquerda-liberal-progressista” (Deu para entender? Bom, nem eu).
Deixando essa salada de frutas para trás, percebi que uma ideia não pode ser taxada desta maneira (direita ou esquerda, ex.), não deve estar preso em dois campos. Platão nunca disse que existia um mundo metafísico estruturado dessa maneira, onde algumas ideias ficariam de um lado, e outras do outro. O que existe é o modo operacional das suas ações (ou futuras), perante às ideias.
Odeio polarizações e peço perdão pelo que irei fazer, mas, só existem dois modos operacionais: Progressista e Conservador. Calma, nós fazemos tanto parte de uma, como da outra, pois, existe uma infinidade de ideias e possibilidades que despertam nossa capacidade analítica, por mais que insistam (mídias em geral) em taxar as pessoas em lados. Onde, caso, por algum motivo, alguém flertar com o outro, será excomungado.
Convém ressaltar, a capacidade analítica DEVE, SEMPRE, ser empregada tanto por progressistas, como conservadores. A diferença resta sobre o tempo de reflexão que desempenharemos sobre tal fato, e atentarmos aos problemas que cada um possui. Progressistas tendem a tomar decisões pela paixão (impulsos) e Conservadores a engessar-se.
Partindo desses pontos, consigo me localizar melhor dentro desse panorama criado e demonstrarei isso através de uma série de exemplos. Primeiro, sou progressista em relação ao casamento homo afetivo, porque não considero que alguém precise do Estado para autorizar ou não com quem devo relacionar. Nesse sentido, também considero que a adoção deveria ser ampliada para qualquer pessoa disposta a dar amor. “Ah mas e pai solteiro ou casal homo afetivo?!” Se pensou isso, releia o negrito.
Em contra partida, sou conservador em relação as relações poli afetivas, não por considerar anormal, mas, por existir diversas implicações jurídicas, como, por exemplo, se alguém dos três ou quatro resolver sair, isso seria um divórcio? deveríamos tratar essa relação como um empresa (dissolução?).
Segundo, em relação à Economia, sou progressista em relação ao desembaraço burocrático que sufoca o empreendedorismo (alguém receber um indeferimento, por não colocar em caixa alta e negrito o nome dos sócios ou demorar meses para conseguir um alvará, é uma piada, para não dizer ridículo); e, ao contrário sensu, sou conservador com a desmantelamento do Estado, por mais que os ideias anarquistas pulsem em meu peito, vejo diariamente pessoas tão dependentes desse Leviatã que a única solução é começar uma mudança de forma lenta, mas constante, e torcer para algum dia atingir minha amada utopia.
Um último exemplo, sou conservador em relação a liberação do consumo de drogas, pois preciso refletir em ações que protegerão futuros green businessman daqueles que possuem o monopólio nesse instante (traficantes); assim como pensar a respeito se todas as drogas deveriam ser autorizadas (Não penso apenas no verdinho “dubom” inofensivo), pois, se uma é por qual motivo outras não são? Esse não é a justificativa de muitos por ai “Se álcool faz mal e é legalizado, por que o minha ganja está proibida?”.
Enfim, poderia estender esses temas por horas a fio, bem como discorrer sobre outros (reforma da previdência social; desarmamento; protecionismo; etc..) que serão objetos de textos. Porém, o que quero deixar claro nesse texto resta sobre o debate absurdo de polarização de ideias, ou o sequestro das mesmas, por lados como se fosse uma propriedade; deveria existir um maior debate para tomada de decisões para começarmos a realizar medidas de impacto, e não tapar sol com peneira. Por isso, se mesmo depois dessa exposição você ousar me enquadrar, só te digo isso: Boa sorte! Pois essa é apenas a superfície.
E mais, ao colocar em texto essas ideias me ocorreu que além de existir uma análise crítica sobre alguns fatos e a melhor maneira de atingir isso, cabe a todos nós achar o equilíbrio entre o progresso e a conservação. Arrisco escrever que os dois são parte da mesma moeda. Até porquê, nessa eterna formula matemática, tudo muda conforme o instante.
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